O DIA de ontem reflecte bem o estado em que está o nosso jornalismo, tão ávido em correr atrás de protagonismos e tão célere em “meter o rabinho entre as pernas” quando as coisas não lhes correm de feição. Três exemplos:
1. No programa “Quadratura do Círculo”, Pacheco Pereira, alegadamente citando Jaime Gama, afirmou alto e bom som que “ou se tem poder para demitir os jornalistas ou dinheiro para os comprar(…)“. Alguém viu (ou ouviu) o sempre lesto presidente do Sindicado dos Jornalistas, algum dos muitos “faróis” da ética deontológica que por aí pululam ou um desses conselhos de redacção atentos e vigilantes vir tecer armas em defesa da classe? Népias…
2. Belmiro de Azevedo, o proprietário do “Público”, jornal que está no epicentro de um “caso” a que a componente interna não estará certamente alheia, não teve pejo de publica e objectivamente criticar o jornalismo que o “seu” jornal pratica – nomeadamente no chamado “folhetim Relvas”. Alguém viu (ou ouviu) a directora ou o conselho de redacção tomar uma posição pública sobre as declarações do “patrão”? Era, “ó tomas”…
3. O semanário “Sol”, que há uma semana tinha noticiado com honras de manchete o desmantelamento de uma rede de lavagem e branqueamento de capitais, logo que veio a público que uma das suas administradoras era sócia de um dos cabecilhas da citada rede, apressou-se a tentar, com um título rídiculo e acobardado (“Tiros no escuro“), desvalorizar a importância da notícia que o próprio jornal tinha dado uma semana antes e criticar “o lançamento indiscriminado de nomes na praça pública(…)“. E logo o “Sol”…
O dito “5º. Poder” devia olhar para o “seu” poder e fazer uma profunda reflexão sobre o poder que podem ter e não sobre o poder que têm.
É um nojo a forma como é tratado todo este caso nos media. O ministro pode ter posto a pata na poça mas todos já percebemos que o grande fito é derrubá-lo. RTP, influencia no governo, tampao a Portas e seus rapazes, sao alguns dos motivos.