DEVEM EXISTIR alturas das nossas vidas em que percebemos realmente que os anos vão passando – isto por muito que nós achemos que não e que façamos tudo para contrariar a chamada “inexorável marcha do tempo”… Uma dessas alturas são os desaparecimentos de quem nos é próximo, mas também dos que, não sendo tão próximos, “marcaram” de algum modo as nossas infância e adolescência – como ainda recentemente foi o caso, por exemplo, de Maria Keil e Aquilino Ribeiro Machado, duas pessoas com quem me habituei a conviver enquanto miúdo e cuja morte fez com que sentisse que tinha partido também um “pedacinho” de mim. Outra dessas alturas – e essa não tem nada a ver com desaparecimentos físicos… – vivi-a hoje, ao abrir o “Globo”, mais concretamente o seu segundo caderno, e dar de caras com toda a sua primeira página dedicada à actriz Claudia Cardinale e ao que o jornal chama a (sua) “arte de envelhecer”. E tudo porque, ao ler que esta diva de origem tunisina já conta com 73 anos, dei por mim a fazer contas de subtrair, de somar, eu sei lá! E o resultado, mais que aritmético, foi um resultado estranho, para não lhe chamar outra coisa…
Vou tentar explicar: foi em Havana, acho que em 1976. Tinha eu 15 anos, morava então em Cuba e Claudia Cardinale visitou a ilha durante uns dias por ocasião de uma “Semana de Cinema Italiano” que o ICAIC (Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica) organizava na sua sala da Calle de La Línea. Porque os meus Pais eram amigos do casal Albertario (Matilde e Carlo, os embaixadores italianos), lembro-me que num dos habituais almoços de sábado no jardim de nossa casa, o casal italiano apareceu acompanhado pela própria Cardinale. Ainda hoje recordo (e bem!) a impressão que a actriz me causou – e provocou. Deslumbrante, com uma voz rouca (a que eu ainda hoje dificilmente “resisto”…) é óbvio que a diva povoou (se é que alguma vez deixou de povoar…) os meus sonhos de jovem adolescente, verdadeiramente extasiado por tanta beleza junta. Aquelas horas com ela ali mesmo ao lado, levaram a que, no fundo e a partir daquele momento, Claudia Cardinale passasse assim a ser uma espécie de referência do meu estereótipo de beleza feminina, não sei mesmo se o paradigma da perfeição enquanto mulher. Mas hoje, com o “Globo” na mão e para mal dos meus pecados, dei por mim a fazer contas e partindo deste facto: em 1976, ou seja há 36 anos, eu era um miúdo e ela – aos meus olhos – uma mulher, linda de morrer, mas já um bocado para o “entradota”. Pois é… se ela agora tem 73 anos, então há 36, tinha… 37 – ou seja menos 14 dos que eu tenho hoje. É complicado? Ah, pois é, podem crer que é…
Deixe estar, que a ela deve-lhe fazer muito mais confusão fazer essas contas…
Ana Moniz
ZP, nem me fales em idade…
Nós por cá estamos na idade da pedra, mas já nem pedra para picar existe..
Dizem que para os lados de São Bento ainda há alguma que outra,daí as diárias migrações, deixadas pela partida “às pressas” do filho da mãezinha que o sustenta na cidade da luz, onde a “tua” Cardinale tantas vezes foi….
Em Belêm dizem que as que havia foram levadas para as Caimão.
Mas olha, na boa idade está o guapo que hoje foi Pai.
O macho de verdade e que não teve que pagar a uma mulher para ter um filho dele sem nunca a tocar como a “outra” da Madeira, Lionel Andrés Messi foi hoje papá.
Parabéns a Antonella Roccuzzo que pariu a lindo bebé!
Um casal de verdade, com amor de verdade e um filho de verdade.
É a vida do melhor, de longe, jogador de futebol do mundo.
Uma vida de trabalho, séria e verdadeira!!!