DE VEZ em quando, o dr. Marques Mendes sobe a uma cadeira que a TVI semanalmente lhe cede e lá do alto, ufano e com um ar doutoral, debita uma série de lugares-comuns e sentenças sobre o que lhe vem à cabeça. Ontem o tema (ou um dos temas) foi obviamente o que prende o seu candidato presidencial à SLN e BPN naquele interminável “folhetim” que domina a disputa eleitoral. E eis que, com um (ridículo) tom professoral e como se tivesse descoberto a pólvora, o dr. Mendes disse qualquer coisa como isto: “É inadmissível a especulação que está a ser feita em redor deste assunto…“. Pena que ninguém explique ao dr. Mendes que toda a especulação que tem rodeado esta lucrativa transacção das acções da SLN só existe – única e simplesmente – porque Cavaco Silva não explicou cabalmente todo o processo, nomeadamente a quem e por quanto comprou e vendeu as acções. Sem que ele explique, toda a especulação é admissível, até supor que possa ter existido um “contrato de recompra”, por exemplo. Como diz o outro, “quem não deve, não teme” – neste caso… dar explicações. N’é?
Cavaco seca tudo à sua volta.
Daí o estado a que chegou o Estado português.
Essa é que é essa.