QUEM PENSA que a substituição de Francisco Louçã à frente dos destinos do Bloco de Esquerda significa que o País pode ver-se livre daquele que se julga, a si próprio, como uma referência ética-moral do regime, engana-se redondamente. O inefável Louçã está a tentar conduzir o seu processo de sucessão na liderança dos bloquistas um pouco à imagem e semelhança do que, nos anos 90, Álvaro Cunhal fez no Partido Comunista e assim, na sombra, continuar a “mexer os cordelinhos” daquela organização. O que ainda faz ter alguma esperança a quem há muito deixou de ter “pachorra” para a criatura é que nem Louçã é (definitivamente!) Cunhal nem João Semedo se prestará a desempenhar o papel que o obediente e servil Carlos Carvalhas desempenhou durante anos à frente do PCP. Daí a insistência de Louçã e os seus homens numa liderança bicéfala e no nome de Catarina Martins…