EU AINDA sou dos que acreditam na chamada “arte da política” e que existe quem a encare e exerça com sentido de responsabilidade e para encontrar o que, cada um, julga ser o melhor para a sociedade que o rodeia e onde está integrado. Não sou daqueles para quem os políticos são todos uns “malandros” ou que a política não possa de um “meio” ou um “fim” para quem quer um “tacho” e coisas do género.
Por isso causa-me alguma irritação ver, surgidos do nada, sabe-se lá investidos em que legitimidade, um sem-número de criaturas que pregam a ética, a moral, quais profetas do bem e que se julgam donos e senhores da verdade e da razão. Falo por exemplo de movimentos anódinos e que só possuem algum relevo porque existe quem, porventura à falta de melhor, lhes dá algum espaço nos media e também, muitas vezes, porque os seus membros se prestam a fazer o papel de “idiotas úteis” a alguns políticos que preferem o recato dos seus gabinetes a virem dar a cara. Como esse tal movimento “Revolução Branca” formado ainda ninguém percebeu para “revolucionar” o quê e a quem escutei ainda há pouco na RTP, pela boca de um dos seus membros-fundadores, um amontoado de lugares comuns, daquela típica conversa de paragem de autocarro que não leva a lado nenhum e só contribui para acentuar o descrédito pela democracia e seus valores. A certa altura da entrevista, a criatura (de quem não retive a graça) disparava assim: “Eu até acredito que existem políticos honestos. Só não sei é onde é que eles andam…“. Daí a começarem a andar de braço estendido e a fazer romagens a Santa Comba Dão é só um passo, acreditem…
P.S. – DIga-se já agora que há quem, no seio da própria política, ajude a este estado de coisas… Como por exemplo esse tal Paulo Morais que, desde o Porto, não há dia que não surja a terreiro, qual acusador-mor, a apontar o dedo a tudo e a todos – também ele investido numa legitimidade que só o próprio conhece e sabe de onde vem. É daquelas pessoas que quando lhe perguntam a profissão, em vez de economista, advogado, professor ou outra coisa qualquer, deve certamente responder com um rotundo a até ameaçador “moralizador” ou coisa do género! Agora que a invocação do divino está tão na moda, só me resta desabafar: valha-nos Santa Maria…
Interessante, que esse movimento só faça queixas contra autarcas do PSD em 4º mandato.
Na minha freguesia, que agora vai integrar mais 2 (bem maiores), o camarada Vitor Agostinho (S. Vicente de Fora vai virar S. Vicente-Lisboa), já fez os 3 mandatos, JÁ APRESENTOU a candidatura e não vi ninguém a pô-lo em Tribunal.
Mistérios, mas não tanto. O único partido que não vai apresentar dinossáurios é o socialista. Eu, cá não acredito em bruxas, mas que as há, há…