José Paulo Fafe

Jaime Gama

ESPERO QUE este súbito e para mim inesperado anúncio feito por Jaime Gama quanto à sua decisão em abandonar a Assembleia da República, não signifique que um dos poucos homens com peso, dimensão e “mundo” que ainda resta no Partido Socialista vá abandonar a política activa. Se assim for, é mais uma baixa de vulto no panorama político, tão carente que está de pessoas intelectualmente sérias e que encarem o exercício da política como um acto nobre e desinteressado – isto numa altura em que, cada vez mais, pretensos ideais se confundem com interesses pessoais e os mandatos que são confiados são contínua e grosseiramente por quem encara a política como um meio e não como um fim.

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  • «É caso para o Presidente da Assembleia da República dizer ao Deputado Jaime Gama: Senhor Deputado, terminou o seu tempo». Foi assim que, esta semana, Jaime Gama se despediu da Assembleia da República como Presidente e como Deputado. Custa-me aceitar que este «peixe de águas profundas», como um dia o definiu Mário Soares, saia da cena política. O tempo de Jaime Gama não acabou porque não começou. As suas capacidades políticas e pessoais são de primeira linha mas o casuísmo da partidocracia, mal casado com a oportunidade mediática, nunca o apurou para o topo. Na única vez que Jaime Gama se perfilou para a liderança do PS desistiu por ponderáveis razões familiares. Portugal perde com este desencontro. Por enquanto. Porque o seu tempo não terminou.
    Post do Geração de 60, horas depois, sem inspiração prévia.

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