SEM QUERER abusar do blogue do embaixador Seixas da Costa, não consigo resistir a transcrever, de novo e com a mais que merecida devida vénia, as suas deliciosas observações acerca da forma como os nossos afoitos e intrépidos repórteres cobriram a visita da chanceler Merkel a Lisboa: “Antes de adormecer, observei a Senhora Merkel em doses maciças, por tudo quanto era noticiário. Sem capacidade mínima para gerarem substância (confundindo “renegociação” com “reestruturação”, desta vez dispensando a “refundação”), todos os canais colocaram as suas “Sónias Cristinas” e correspondentes colegas masculinos (é minha impressão ou há caras novas todos os dias? Ainda dizem que há desemprego no jornalismo…), de cornetos na mão, em cenários tendo em fundo polícias e carros a passar, a encher o tempo com platitudes, na cata obsessiva dos “fait-divers” possíveis, desde os cortes de trânsito ao custo e “exageros” da segurança. Se tivesse havido algum incidente, podemos estar seguros: seriam as “falhas” da segurança responsabilizadas. E o “jeito” que teria dado às “reportagens” um acidentezinho com uma das viaturas do cortejo, logo acusadas de velocidade excessiva…“. É difícil ser mais certeiro!