CAUSA-ME alguma impressão quem celebrou (e celebra) a queda de José Sócrates. Não que o indivíduo em causa me mereça qualquer simpatia ou com ele tenha alguma afinidade – cruzes, credo, canhoto! Mas acreditei até à última hora que alguém tivesse o bom-senso, a maturidade e a responsabilidade de evitá-lo, nem que fosse “obrigando” o principal responsável pelo estado a que o nosso País chegou a aceitar uma solução transitória, mas credível. Mas a verdade é que essa pessoa que tinha a obrigação de mostrar algum sentido de Estado e intervir, influenciando e sensibilizando quem não esconde uma assustadora vontade de “ir ao pote” (reveladora e terrível terminologia para quem está sequioso de chegar ao poder) não o fez. Preferiu refugiar-se num silêncio cobarde, cínico e hipócrita, porventura ofendido por não ter sido tratado como de facto deveria ter sido, mas colocando – mais uma vez, chiça! – os seus estados de alma e interesses pessoais à frente dos interesses e das exigências de um País que ainda recentemente (embora de forma tímida) lhe renovou a confiança enquanto mais alto dignatário. Mais: com o seu silêncio, estimulou esses que quiseram sujeitar os portugueses a eleições antecipadas. Era seu dever promover entendimentos, escutar e reflectir sobre o que inúmeras figuras de relevo na sociedade portuguesa defenderam e poupar os portugueses a mais um acto eleitoral e ao crescente descrédito a nível externo, onde o chamado “risco Portugal” já ultrapassou (pasme-se!) o “risco Argentina”. Mas não… À mesa, em Belém ou lá na marquise da Travessa do Possolo, a família Silva possivelmente deve agora sorrir ufana e deliciada, sentindo-se certamente vingada das faltas de cortesia de Sócrates, dos ataques de Santos Silva ou dos “malandros” que resolveram trazer as incómodas e pouco claras ligações do chefe do clã ao BPN durante a última campanha eleitoral. Por outro lado, o País – esse – vai entristecendo lenta e penosamente…
“essa pessoa que tinha a obrigação de mostrar algum sentido de Estado e intervir…”
essa pessoa, falou a 9 de março, discurso do “sobressalto civico”
em mensagem preparada, pensada, digerida ao longo dos tempos
tempos e situações que vem do caso do BPN,
das escutas, eleições de Set 09, campanha presidencial
finalmemnte
dos discursos da derrota presidencial face abstenção
e discurso tsunami de 9 março
Este actual “silencio”, é a confirmação do sentido dos discursos faitos nos dias anteriores.
Minha interpretação
abraço
Estimado Aires,
Sinceramente acha que mostrar sentido de Estado é remeter-se ao silêncio, não mexendo um único dedo no sentido de tentar criar alguma “plataforma de entendimento” que poupasse o País a mais umas eleições?
Sinceramente acha que mostrar sentido de Estado é fazer aquele triste e penoso discurso de vitória no CCB e que transpirava ódio e ressentimento em todas as frases?
Sinceramente acha que mostrar sentido de Estado é, após fazer aquele discurso na sua própria tomada de posse, abster-se de tomar a medida que logicamente um pronunciamento de aquele tipo e com aquele teor obviamente exigia – demitir o governo?
Sinceramente acha que mostrar sentido de Estado é, em vez de dirigir-se formalmente ao País como a ocasião infelizmente exige, escolher como momento e palco para uma declaração improvisada (no meio da habitual barafunda de microfones e microfones…) a saída de uma cerimónia qualquer, à semelhança do que faz um jogador ou treinador de futebol?
Sinceramente acha que mostra sentido de Estado é um Presidente da República queixar-se que não possui “margem de manobra”?
Sinceramente acha que mostrar sentido de Estado é um chefe de Estado, por muita razão que lhe possa assistir, fazer uma “birra” e “amuar” porque o primeiro-ministro não o informou previamente de um assunto que tinha obrigação – ainda que apenas por cortesia – de o fazer?
Abraço também,
ZP
Caro Amigo JPFafe:
“não mexer um único dedo no sentido de tentar criar alguma “plataforma de entendimento”,
“fazer aquele triste e penoso discurso de vitória no CCB e que transpirava ódio e ressentimento em todas as frases”
“após fazer aquele discurso na sua própria tomada de posse”
enfim, “abster-se de tomar a medida que logicamente um pronunciamento de aquele tipo e com aquele teor obviamente exigia -demitir o governo”
faz parte de um modo de intervenção de um presidente rasca
frustrado, rancoroso, que nasceu varias vezes ao que diz…
que vem desde caso BPN, escutas, legislativas Set 09, campanha presidencial, dois discursos de vitoria
e finalmente o da posse, do civico “sobreressalto”
só podia culminar
nesta irresponsabilidade do PR, civica, politica, moral, perante Portugal, europa e o Mundo
que eu tambem critico veementemente
como mais um acto de cobardia e de falta de um minimo de patriotismo.
Tem portanto toda a razão,
eu o que queria realçar, falhei se calhar, era fazer a ligação de todos os “nonsenses” do venerando
terminados neste “silencio” anti interesses de Portugal, e com uns mensageiros a dizerem umas banalidadesinhas a justifica-lo…
abraço
deixe-me ainda acrescentar o seguinte:
na votação do orçamento de 2011, que coincidia data do anuncio da recandidatura dito,
Venerando mexeu-se, reuniu, apelou, e la conseguiu fosse aprovado, com cesariana, Orçamento respectivo.
logo na campanha presidencial Sexa., permitiu-se atacar orçamento, tal como se atreveu a referir situação de portugal,
como “i n s u s t e n t a v e l” dito como se ainda tivesse restos de bolo rei na boca…
Isto é, concluindo: este “misero” personagem que é o presidente dos rascas, tinha,
nas suas palavras e suas omissões,
uma estrategia de tudo levar a frente para seus designios profundos de ser o salvador da patria
e assim intervir na governação do pais, quiçá no esquecimento do BPN, coelheiras, escutas, sei lá eu que mais o move….
Abraço, talvez isto ajude a clarificar minha ideia…