José Paulo Fafe

Um pouquinho de vergonha, não lhe ficava mal…

NÃO É segredo para ninguém que a Académica é hoje cada dia mais “um clube” e menos “uma causa”… Por muito que custe a quem sempre foi adepto de uma instituição que durante décadas foi muito mais que uma simples equipa ou clube de futebol, a verdade é que a “Briosa” foi perdendo a mística e a tradição que sempre a fizeram um caso à parte no futebol nacional. Como, com profunda mágoa e tristeza, dizia alguém que sempre (desde há mais de 60 anos) foi um academista de primeira linha, a Académica “é cada dia menos a Associação Académica de Coimbra e cada vez mais o Futebol Clube de Coimbra“. E isso deve-se a inúmeros factores, desde o indisfarçável “divórcio” entre a Academia e o clube à crescente (e porventura inevitável) profissionalização que tomou conta do plantel, passando por uma forma muito pouco “académica” de estar no mundo do futebol por parte de quem tem tido responsabilidades directivas nos últimos anos. A última “facada” que o espírito e tradição académica sofreu foi o descaramento do seu presidente, que dá pelo nome de José Eduardo Simões, que apesar de ter sido recentemente condenado explicitamente a uns quantos anos de prisão (ainda que suspensa) por crimes de corrupção envolvendo o seu cargo de topo na Câmara Municipal de Coimbra e a própria presidência do clube, recusa-se a apresentar a mais que lógica demissão. Pobre Académica, entregue que está a esta “gentinha” de quarta e quinta categoria e que envergonham todos quantos ainda se revêem no emblema do losângulo!

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