PARA MIM, se e no caso de formalizar-se, a candidatura presidencial de Henrique Neto terá uma grande enorme virtude: o seu tipo de discurso serve de “barreira” (ou “travão”, como preferirem…) relativamente ao populismo demagógico e inconsistente de alguns que surgem como pretensos faróis da ética republicana e que, numa tentativa célere de protagonizar o discurso bacoco e oportunista da anti-política, se perfilam como candidatos a Belém, tais como Paulo Morais e Marinho Pinto. Tendo em conta as garantias que o passado de Neto oferece, pensei que os seus camaradas de partido reagissem com uma natural e realista tolerância, não o hostilizando e deixando até “portas abertas” para uma estratégia que poderia vir a ser, a médio-prazo, comum. Enganei-me! A começar pela reacção destemperada de António Costa e que deu azo a que ouvíssemos nos últimos dias, a propósito da intenção de Henrique Neto, os comentários mais infelizes, desagradáveis, disparatados e tolos que alguma vez se podia imaginar. Ás vezes, antes de falar, convém pensar…