José Paulo Fafe

O "drama" de António Costa

 

Entrevista Antonio Costa Natacha Cardoso

O GRANDE drama com que se depara António Costa neste momento prende-se com a iminência do próximo governo de Pedro Passos Coelho se “eternizar” até ao fim do primeiro semestre de 2016 como “governo de gestão” – primeiro pela aparente recusa de Cavaco Silva em “viabilizar” uma alternativa que inclua o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista, depois pelos prazos constitucionais que têm a ver com as limitações decorrentes do final do mandato presidencial. E esse “drama” tem fundamentalmente a ver, em primeiro lugar, com o risco que Costa corre em que Passos “recentre” os seus discurso e prática políticas, e segundo lugar, em que adopte algumas (ou todas…) das 20 medidas do programa eleitoral do PS que se dispôs a aceitar na carta que enviou a Costa há alguns dias atrás (e às quais logicamente o PS não poderá opor-se…) e finalmente que conte com alguma benevolência e boa-vontade por parte das instituições europeias que lhe permitam compensar a dificuldade de governar em duodécimos.

Se tal acontecer, acrescido isso de um PS em normal ebulição e com fracturas que o tempo obviamente acentuará, Passos Coelho e o PSD reúnem todas as condições para chegarem a um previsível acto eleitoral numa situação priveligiada e que lhes poderá garantir uma maioria absoluta.

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