A ÚLTIMA vez que vi Miguel Esteves Cardoso, já lá vão alguns anos, foi na caixa de um supermercado do Estoril e pensei que seria a última vez que lhe punha a vista em cima. Há dias, ao ler e reler a entrevista que deu ao “i” a propósito do lançamento do seu livro de crónicas “Como é linda a puta da vida” percebi que Esteves Cardoso tinha conseguido dar a volta, fintar o que inevitavelmente ali vinha e ter a capacidade de surpreender-nos com uma agilidade e uma inteligência que é no mínimo cativante. Retive entre muitas outras coisas e talvez porque grande parte do meu tempo o passo longe, uma frase: “Portugal é feito para termos saudades“. Nunca tinha pensado nisso. E sabem uma coisa? É muito bom quando lemos ou ouvimos alguém que nos ajuda a pensar. Como foi o caso.