
O “banho” que o PT está na iminência de sofrer daqui a pouco mais de 15 dias poderá implicar que, entre as dez principais cidades brasileiras (S. Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte, Manaus, Curitiba, Recife e Porto Alegre), o partido de Lula não ganhe qualquer eleição, até porque o chamado “Distrito Federal” (Brasília) não é palco de eleição municipal, mas apenas para governador – o que ocorrerá apenas daqui a dois anos.
Com um PSDB dividido e também não em muito bons lençóis, com um PMDB agarrado que “nem lapa” ao PT, com um DEM (direita) praticamente inexistente (ainda que tudo indique ir conquistar a prefeitura de Salvador) e um nóvel PSD que ainda ninguém percebeu que força realmente tem, avizinha-se o crescimento e fortalecimento do PSB de Eduardo Campos que, de pré-candidato a vice-presidente numa “chapa” formada com o PT em 2014, poderá vir a ser, já daqui a dois anos, rival numa eleição presidencial de Dilma Rousseff – isto para quem acredita, como eu, que Lula não será mais candidato ao palácio do Planalto.
Uma última nota: há quem defenda que este “ocaso” do PT nas principais brasileiras tem muito (ou só) a ver com o julgamento do chamado “mensalão”. Pode ser… – ainda que ache que a repercussão das sessões do Supremo Tribunal Federal não é assim tão vasta. Inclino-me mais para a tese dos que defendem que o “ciclo Lula” (e a sua capacidade em “virar uma eleição“) está a chegar ao fim – principalmente nas grandes metrópoles e junto do eleitorado mais esclarecido. E quem irá “lucrar” com esse ocaso é, nem mais nem menos, que a fria, pragmática e (eu arrisco…) algo maquiavélica Dilma a quem – ela sim – o julgamento está a servir como uma excelente oportunidade para “limpar” um partido que nunca foi dela, colocando as suas “peças” nos lugares-chaves e preparando calma e serenamente a sua recandidatura. Vamos ver…