HÁ QUEM me garanta que Henrique Granadeiro já dificilmente esconde as suas ambições políticas ao mais alto nível. Ministro? Não! Primeiro-ministro? Se fosse esse o caso, ou melhor, se o país caminhasse para um cenário de “governo de salvação nacional” ou “de iniciativa presidencial”. Mas o que Granadeiro gostaria mesmo era de suceder a Cavaco Silva em Belém. Apoiado por quem? Por um consenso alargado de um “centrão” que se poderia estender até ao próprio CDS e que deixaria PSD e PS sem candidato oficial… Para isso precisaria, à partida, de três premissas: a primeira, que Cavaco não se recandidatasse; a segunda que, nesse caso, Marcelo Rebelo de Sousa liderasse os social-democratas e estivesse “impedido” de concorrer a Belém; e a terceira manter e fortalecer ainda mais as suas excelentes relações com José Sócrates. O que, diz quem sabe, é o mais fácil, dado o papel que a influente D. Fernanda Câncio tem desempenhado como “embaixadora” de Granadeiro junto do primeiro-ministro. Será que a “avalanche” de publicidade dos seus vinhos na TV e não só (com uma inusitada exposição do próprio Granadeiro) tem alguma coisa a ver com essa alegada ambição política do actual chairman da PT?