José Paulo Fafe

Arre que é burro!

NUNCA TIVE grande impressão de Vasco Lourenço, para mim mais “cromo” do que propriamente “capitão de Abril”. A ânsia de protagonismo que visivelmente o move, aquele insaciável apetite em reivindicar na nossa História recente papéis que nunca desempenhou (como foi o caso do 25 de Novembro), a notória tendência para a “parvoeira” e que se traduzem regularmente em declarações imbecis e estapafúrdias, nunca contribuíram para que o tivesse em grande conta. Vou mais longe: acho mesmo que muito de uma certa desconfiança em relação aos militares que estiveram envolvidos no 25 de Abril que existe nalguns sectores da nossa sociedade deve-se em grande parte a um tipo de actuação como a que Lourenço desempenhou nestes últimos trinta e tal anos, armado em “herdeiro” dos chamados “ideiais de Abril” e, paralelamente, à conta disso tentar “fazer pela vidinha”. Mas ser parvo é uma coisa – a outra é ser burro… E hoje ao fim da tarde, ao escutar a TSF, percebi que Vasco Lourenço era mesmo burro, quando o ouvi a debitar uma série infindável de asneiras quando confrontado com o facto da Assembleia da República – pelo facto de estar dissolvida… – não ir promover a habitual sessão solene comemorativa do 25 de Abril. Pois Lourenço, durante minutos intermináveis, resolveu fazer uma “leitura política” desse facto e inventar uma série de culpados e “inimigos de Abril” pela data não ser comemorada este ano no Parlamento, sem ter percebido que no dia 25 de Abril, por via da dissolução, pura e simplesmente, não há Assembleia da República… Chiça, que além de parvo, o homem é mesmo burro!

1 comentárioDeixe um comentário

  • será tontinho, sim, mas tambem, meu amigo, não exagere…

    ao pé de tantos outros, tirando uma sede de evidencia, que parece ser hoje doença contagiosa aqui no burgo,

    ele foi um homem com muitos meritos,

    sobretudo quando outros hesitaram, ou julgaram-se salvadores da ideologia e da patria…

    mas tem razão alguma, na sua critica…

    Acho é que temos que ser mais benevolentes no juizo dos outros

    que, pela idade – eu tambem…-, vivem da memoria sua e dos seus factos…

    abraço

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