A CONFIRMAR-SE o chumbo de algumas medidas do Orçamento de Estado pelo Tribunal Constitucional, tudo indica que o governo ficará sem condições objectivas para governar. E ainda por cima com este anúncio de ruptura feito por um António José Seguro acossado por todos os lados dentro do seu próprio partido, a Pedro Passos Coelho restará pouco mais do que meter-se no carro e ir até ao palácio de Belém entregar a “batata quente” nas mãos de quem tem a obrigação constitucional (e moral, sobretudo) de encontrar uma solução que poupe o País e os portugueses a mais adiamentos, sacrifícios e impasses. O problema é que tudo indica que, naquele seu jeito esquivo e temeroso e por muito que possa vir a disfarçar em públicas tentativas de promover consensos, Cavaco Silva optará por convocar eleições antecipadas em vez de tentar formar um governo de salvação nacional – pouco se importando com os custos que uma decisão desta natureza naturalmente acarretará para todos e que são naturalmente muitos e graves.
Nada que espante a quem tenha seguido o percurso do actual Presidente da República que, ao longo dos anos, não hesitou em sacrificar tudo e todos em nome de uma estratégia pessoal claramente com contornos egoístas e no fundo de uma mesquinhez que não se coaduna com quem se vangloria de possuir sentido de Estado. Depois dos amigos, colaboradores e companheiros de partido, vai chegar agora a vez de sermos todos nós a percebermos na pele os verdadeiros carácter e personalidade de quem, há sete anos, jurou a Constituição e garantiu ser, também ele, “o presidente de todos os portugueses”…
PS – E como me dizia um amigo meu há pouco, não foi por acaso que a troika anunciou o adiamento do pagamento da tranche prevista para ser liquidada em Abril. Lá como cá, há quem saiba ler os chamados “sinais”…
Exactamente. Na mouche. Subscrevo inteiramente. Difícil melhor análise!
PERFEITO! (com um PR vergonhoso, o que se pode esperar?)