A ANUNCIADA entrada numa praça europeia do braço africano da Mota-Engil, ou por outras palavras a admissão de acções da Mota-Engil África ao que tudo indica na bolsa de Londres resolve o “mistério” que há mais de um ano rodeou o inesperado abandono de Jorge Coelho da liderança executiva do grupo. É que ao longo dos últimos tempos, com a discrição que é seu timbre, Coelho construiu um complexa e estruturada rede de contactos em Angola que permitiu à Mota-Engil captar influentes investidores angolanos (entre eles a poderosa Sonangol) que detém 49 por cento da empresa e simultaneamente expandir os seus negócios a vários países africanos, sempre sob o apadrinhamento dos seus poderosos amigos e sócios angolanos. Recorde-se que o “peso” do ex-ministro de António Guterres em Angola é actualmente de tal ordem, que foi a ele que o próprio Ricardo Salgado teve de recorrer há semanas para conseguir ser recebido pelo presidente José Eduardo dos Santos…