PARECE QUE o facto de José Rodrigues dos Santos ter colocado uma ou outra questão mais incómoda para José Sócrates no domingo passado, durante o espaço que gentilmente e vá lá saber-se porque raio de razão a RTP decidiu “brindar” desde há uns meses o antigo primeiro-ministro, tem causado grande polémica, quase que dividindo o País ao meio – colocando de um lado os que consideram o jornalista como “um impertinente” e, do outro, quem acha que Sócrates é “um malandro”…
Porém, a verdade é que ambos não fizeram mais do que se esperaria deles, ou seja Rodrigues dos Santos exerceu a sua função de jornalista e Sócrates não escondeu a sua surpresa (por vezes a roçar a sua habitual irritabilidade) ao confrontado com questões e situações a que não estava habituado. Perfeitamente compreensível! O que nunca foi compreensível – pelo menos para mim… – foi que um espaço televisivo que sempre foi apresentado como “um espaço de comentário ou opinião política” nunca ter sido mais que, desde a sua primeira edição, um mero espaço de defesa pessoal do antigo primeiro-ministro, mais parecendo um verdadeiro “tempo de antena” onde, em vez de uma jornalista, tínhamos uma apresentadora chamada Cristina Esteves.
Essa para mim é que é a questão. Tudo o resto só serve, como é tão habitual em Portugal, para confundir e não discutir o essencial. Ponto final!