José Paulo Fafe

Um sargento que não vai chegar a alferes…

SARGENTO

NÃO SEI se será do vento, do sol ou de algum outro fenómeno climático, mas os socialistas cascalenses há muito que perderam toda e qualquer noção da realidade. Não vou aqui falar do longo e penoso “consulado” de José Luís Judas à frente da autarquia de Cascais nem tão-pouco da desastrada escolha do farmacêutico João Cordeiro como cabeça-de-lista nas últimas eleições – com os “históricos” resultados que se conhecem. Falo, isso sim, da autêntica “palhaçada” (peço desculpa, mas não me ocorre outro qualificativo) que o vereador socialista Alexandre Sargento protagonizou nos últimos dias ao propor que a Câmara Municipal de Cascais retire a medalha de mérito empresarial que,  por proposta do próprio PS e votada entusiasticamente pelo próprio Sargento, atribuiu a Ricardo Salgado em 1999. Mesmo percebendo que a “corrida” aos lugares elegíveis nas listas de candidatos a deputados já começou e que, nos principais partidos, vale tudo para abichar uma posição que garanta uma sinecura parlamentar,  é difícil perceber a lógica que moveu Sargento – mais para mais quando Salgado não foi sequer ainda constituído formalmente arguido em qualquer processo relacionado com o colapso do grupo Espírito Santo. É que, se formos a isso, ou seja, se começarmos a querer retirar as medalhas e galardões que, ao longo dos anos, as autarquias distribuíram aos poderosos da nossa política e da nossa economia e que, por uma razão ou outra, estão agora em palpos de aranha com a justiça, isto ia ser o bom e o bonito. Será que o atabalhoado Sargento (tal o afã que o persegue que alguém no Largo do Rato o possa promover nem que seja a alferes) ainda não percebeu que essa mesma lógica iria penalizar, por exemplo, o ex-líder do seu partido e antigo primeiro-ministro José Sócrates? Ou será que nem se lembrou disso?

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