AGORA QUE estão estabelecidas as bases do(s) acordo(s) que possibilitam a formação de um governo alternativo ao que hoje apresenta o seu fugaz programa perante os deputados, a Cavaco Silva resta pouco mais que dar-lhe posse. São as inevitáveis “saídas de cordeiro” que sucedem à precipitadas “entradas de leão” de quem não possui “estaleca” e suficiente sagacidade para outros vôos…
Ao ainda Presidente da República restar-lhe-ia uma de duas hipóteses: o de, em nome da uma apregoada “estabilidade”, vir a público exigir a participação do PCP e do Bloco de Esquerda no governo – o que, sendo pouco mais que uma bravata, teria o condão de mostrar alguma coerência na sua actuação política enquanto chefe de Estado; ou então, numa tentativa de conciliação com o seu “eleitorado natural” e a pouco mais de três meses de deixar Belém, dar posse a António Costa como primeiro-ministro e, logo em seguida, renunciar à chefia do Estado.
Mas para isso precisava de possuir algo que, pese o seu currículo eleitoral, sabemos que lhe faltou de sobra ao longo da vida: coragem. É isso que estabelece a diferença entre os políticos, entre os que ficam na História e os que se resumirão, quando muito, a uma nota de rodapé de página…