José Paulo Fafe

Um casalinho barulhento

ADMITO QUE não seja politicamente correcto vir a terreiro defender Miguel Relvas. Mas permitam-me deixar claro uma coisa:  é para o lado onde durmo melhor! 
Vem isto a propósito da autêntica avalanche de noticias em tudo o que é jornal, TV e redes sociais, sobre um incidente ocorrido há dois ou três dias no Rio de Janeiro, mais concretamente à entrada de uma  cerimónia promovida pela Câmara de Portuguesa de Comércio e Indústria local e onde, entre outras pessoas, o antigo ministro foi homenageado por “se ter destacado no incremento das relações bilaterais” entre Portugal e Brasil. Do “Expresso” ao “i”, passando pelo “Diário de Notícias”, pela SIC,pela TVI, pelo inevitável “Facebook” e sei lá quem mais, não faltou  destaque e visibilidade ao que mais não foi que uma mera acção de um casal que, certamente por não ter mais nada para fazer em terras cariocas, resolveu postar-se à porta do Museu Histórico Nacional, vociferando alarvemente contra o ex-ministro, ainda por cima usando uma argumentação no mínimo patética e desajustada. Digo isto porque tive a pachorra de durante quatro minutos assistir a um vídeo onde o que vi e ouvi (apeteceu-me escrever que “tinha ouvisto“, mas até tremi só de pensar no que teria de aturar de comentários…) duas criaturas (acho que uma delas, enquanto gritava, conseguia filmar com o telemóvel) a insultarem Relvas, entre outras coisas com esta verdadeira “pérola”, de desajustada que era: “Este senhor está a roubar o meu país(…)“. Ao assistir à figura caricata (e peço muita desculpa, mas é no mínimo como eu posso classificá-la…) que este casalinho fez no Rio de Janeiro passei a saber várias coisas: por exemplo que “um grupo de emigrantes” é hoje em dia sinónimo de “casal”; que o ex-ministro anda “a roubar” (não percebi bem quem e como, mas está bem…); ou que é “inadmissível” que os organizadores da cerimónia tivessem impedido o casal barulhento de participar no evento. Sabem que mais? Vão-se mas é catar!

2 ComentáriosDeixe um comentário

  • Certamente não precisará que concorde consigo, mas o que é verdade é que concordo mesmo! Do que ouvi daquele “casal” ao que considero ser a frase mais verdadeira e adequada é a… “Vai mais é estudar”….

  • Amigo ZPF
    Relvas não necessita de apresentações, nem defesas, nem insultos. O passado fala por si só.
    Como Sócrates, nem faço ideia o que faz ou deixa de fazer por isso nem sabia deste casal patético e da sua performance. É dar importância demais ao outro e da maneira mais “rasca”.Foi o que eles fizeram.
    Imagina-me à porta da RTP a chamar ladrão ao marginal da Covilhã.Só a pachorra……….

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