O MUNDO pode estar agradecido à jornalista inglesa que, no final do encontro que o secretário de Estado norte-americano John Kerry manteve em Londres com o seu hómologo inglês William Hague, lançou uma pertinaz e inteligente questão ao braço-direito de Barack Obama para as questões internacionais: “Na sua opinião, que iniciativa a Siria teria de tomar para evitar a intervenção militar norte-americana?“. Kerry, que dizem não primar propriamente pela inteligência e que visivelmente não esperava a pergunta, ficou atrapalhado e após uns breves momentos de hesitação forneceu involutariamente a “chave” para a solução de um problema que ameaçava dividir o chamado mundo ocidental: “(…)podia entregar cada uma das suas armas químicas à comunidade internacional(…)“. Foi o suficiente para a diplomacia russa, primeiro, e o secretário-geral da ONU, depois, pegarem nessa visível gaffe de Kerry e chegar a um rápido entendimento com o regime de Bashar al-Assad de forma a evitar um conflito militar, deixando a Casa Branca – e particularmente o presidente Obama – numa situação embaraçosa, sendo obrigada a recuar no seus ímpetos guerreiros.
Não sei o nome da jornalista em causa, mas já que o presidente norte-americano recebeu o Nobel da Paz há quatro anos, acho que existem mais do que fundadas razões para que a Academia Sueca a tenha em conta como uma das potenciais candidatas ao Nobel deste ano…