O SIMPÁTICO prof. Marcelo Rebelo de Sousa faz-me lembrar aqueles jogadores de futebol que, aos dezoito anos prometem mundos e fundos; aos vinte e pouco ganham o estatuto de “eterna esperança”; e a partir dos trinta são apontados como tendo passado ao lado de uma grande carreira – isto apesar do talento, da capacidade atlética e da vontade em triunfar que alguma vez demonstraram. Pois é, o prof. Marcelo é um desses jogadores que nos habituou a agarrar a bola, a fintar três e quatro e, quando em frente da baliza, chutam uma “bojarda” para o terceiro anel ou, desastrada e pifiamente, estatelam-se no chão após fintarem-se a… eles próprios.
Ao prof. Marcelo inteligência não lhe falta e esperteza (essa…) sobra-lhe a rodos, a tal ponto que às vezes até lhe é prejudicial. Desde muito novo quis ser tudo, foi ou esteve perto de ser isso tudo, mas também deitou (quase sempre) tudo a perder. Na política Influenciou como poucos, manobrou e condicionou às vezes genialmente, mas quando chamado a cargos que implicavam responsabilidade e serenidade, por um motivo ou outro espalhou-se ao comprido. Foi ministro sem honra e glória de Balsemão (triste sina…); liderou o PSD num momento de ressaca de excesso de poder e deu-se mal sendo obrigado a sair com o rabo entre as pernas; tentou ser presidente da Câmara de Lisboa e levou um autêntico “banho”; enfim, coleccionou uma série de desaires que fizeram dele eleitoral e politicamente um looser. A partir de certo momento, o sonho de ser primeiro-ministro tornou-se um pesadelo e a imagem do palácio de Belém começou a povoar-lhe as noites e a condicionar-lhe o quotidiano. Reforçou a imagem do professor super-competente “amado” pelos alunos, criou um estilo televisivo de comentário político herdado das “velhinhas” notas que dava aos domingos na TSF e que usa descaradamente como uma “ferramenta” essencial na sua estratégia para alcançar a praça do Império. Só que os anos passam, as análises do prof. Marcelo começaram a ser demasiado previsíveis e “direccionadas”. Resultado? As pessoas optaram, pura e simplesmente, por ignorar as suas aparições televisivas, por mais publicitadas e promovidas que possam ser. Ou seja: antes o País parava para ouvir o prof. Marcelo; hoje o País paga (nem que seja a Sportv…) para escapar às suas “manhosices” que, verdade seja dita, são quase sempre tão inteligentes quanto divertidas.
De há uns tempos a esta parte, o simpático professor começou a exagerar na previsibilidade e no calculismo, tentando agradar atabalhoadamente a tudo e a todos e transformando o seu espaço dominical na TVI assim numa espécie de ante-câmara de uma hipotética comissão de honra de uma suposta e desejada candidatura presidencial. A pouco e pouco, o comentador vai dando lugar ao entrevistador, convidando tudo o que possa alegadamente agradar aos espectadores (e potenciais futuros eleitores) para serem desastradamente (diga-se em abono, que para isso o professor tem pouco jeito…) questionados. Pedro Abrunhosa já lá foi bater com os costados, Rui Veloso idem aspas, dizem-me que o seleccionador Paulo Bento também já foi ao “sacrifício” e tenho um amigo meu que, depois de ver recentemente o prof. Marcelo a entrevistar o padeiro (sim, leram bem: o padeiro!), quer apostar comigo que o próximo a sentar-se na terceira cadeira do estúdio de Queluz de Baixo vai ser o banheiro da praia da Conceição, agora que a época balnear acabou e o rapaz anda sem nada para fazer… Será?
Se fôr o banheiro da Praia da Rocha que a amiga Zeca tanto falava num jantar em Boliqueime com o nosso amigo comum, eu vou ver entrevista!!!!!
Nada de novo.
MRS gosta de ser falado, de ser visto como potencial candidato,se calhar até gostaria de o ser.
Mas sabe que não será.
Porque esse comboio, e qualquer outro que não o de comentador,perdeu-o quando em 1999 abandonou a liderança do PSD da forma que se sabe.
Não é por ele que passarão,na área do actual governo,as opções presidenciais para 2016.