O INUSITADO afã dos chamados “barrosistas” em empurrar Marcelo Rebelo de Sousa para a “corrida” à sucessão de Manuela Ferreira Leite (nomeadamente o de José Luís Arnaut, por quem o irrequieto professor não morre propriamente de amores e a quem não perde oportunidade em referir-se-lhe em termos jocosos…) é interpretado por muitos como destinado a “abrir caminho” ao actual presidente da Comissão Europeia nas presidenciais de 2016, “encostando” Marcelo a uma hipotética liderança do PSD e afastando-o de uma candidatura a Belém. Para os defensores dessa tese, agora que Cavaco Silva já deu sinais claros que pretende recandidatar-se, ao professor (que, sintomaticamente, após a derrota do PSD nas legislativas defendeu que Ferreira Leite deveria manter-se até ao debate do Orçamento de Estado e ser ainda ela definir o apoio do partido a uma candidatura presidencial) resta-lhe esperar por 2016. E aí terá, pelo menos, um outro putativo candidato na sua área política-partidária – José Manuel Durão Barroso, cujo mandato em Bruxedlas terminará em finais de 2014, a pouco mais de um ano das eleições para a Presidência da República. “Eles sabem que Marcelo só tem ‘um tiro para dar’. E se o dá agora, no PSD, dificilmente poderia vir a concorrer a Belém...”, justificam os que apostam nesta tese. Será mesmo?