PEDRO PASSOS Coelho, a quem a maioria dos jornalistas insiste em classificar como “jovem” apesar dos seus quarenta e tantos anos, será certamente alguém simpático, educado, bem-apessoado e até movido pelas melhores e mais nobres razões nesta “corrida” (até agora solitária) à liderança do PSD. Mas daí a ser uma “luminária” em termos de pensamento político vai uma grande distância… É a conclusão a que celeremente chegamos se passarmos os olhos pelos seu tão publicitado livro ou pelas recentes entrevistas que tem concedido, onde os lugares comuns e as verdades “pallicianas” se sucedem a um ritmo vertiginoso e… assustador!
Meu Caro Zé Paulo
Por 3 vezes falei com PPC.
A 1ª à saída de um restaurante, ele estava com amigos, após as eleições, perguntei-lhe porque não quis ser vice presidente sob PSL, hoje poderia a sua candidatura faria sentido.
A 2ª não posso e não devo dizer, mas fiquei estupefacto com as suas declarações – estávamos a falar de regionalização e sustentabilidade, olhei para ele, e levei as mãos à cabeça e exclamei comentando para os meus companheiros – “é louco não sabe o que está a dizer…”, ele viu e ouviu e deverá ter de imediato apercebido do grave erro, e emendou a mão de uma forma tão atabalhoada, que todos perceberam a fragilidade das suas convicções.
No intervalo em conversas entre companheiros ficámos todos desiludidos, foi a opinião geral muito decepcionados, ele próprio colocou a fasquia muito alta.
Na 3ª vez cumprimentámo-nos cordialmente no CCB, era a apresentação do candidato a vereador das finanças de PSL.
Criaram várias e falsas espectativas em volta de PPC, muitos em volta dele, empurram-no como se fosse o próprio Dom Sebastião, pena que ele não veja e não perceba. Foi pena não ter feito travessias no deserto como muitos companheiros o já fizeram. Infelizmente e para muitos dos nossos companheiros, estas são vistas como sinais de fraqueza, não percebem que não as fazem por serem masoquistas, ou por terem uns par de “ténis melhorados e arejados” (entender como arrivismo num espírito yuppie-do tipo boa moeda). Estas travessias, são uma prova da falta de maturidade democrática do nosso país, são uma prova da hipocrisia e desonestidade por factos criados de forma artificial que servem interesses económicos estritamente pessoais, e nunca o interesse de Portugal esteve na origem. Quando afinal estes sim deveriam ser denunciados!
Estas travessias demonstram tenacidade, combatividade, e servem, tal como Saint Exupéry quando foi obrigado a aterrar no deserto, ao olhar as estrelas e questionar a sua consciência, pensar e repensar nas suas convicções na doutrina, no dever para com os outros mas também com o dever consigo próprio.
Por outras palavras é uma pena que PPC não faça o trabalho de casa e esteja consecutivamente a “cabular”, no sentido estrito da palavra.