HÁ ALGUNS dias atrás e a propósito desta inexplicável demora do PSD em dizer de sua justiça acerca da moção de censura que o Bloco de Esquerda anunciou ir apresentar, alguém me perguntou: “Quem é a oposição a Passos Coelhos dentro do partido?”. Uma pergunta que, apesar de aparentemente simples e objectiva, me levou a chegar a conclusões bem mais complexas do que poderia pensar… Em primeiro lugar, será que hoje em dia existe partido? O PSD existe ? O PS? O CDS? Sinceramente acho que não – um partido hoje em dia resume-se a uma sede, uns quantos funcionários e… pouco mais! Infelizmente, nos tempos que correm um partido não passa de um escritório de representação de interesses, de lobying, administrado por quem chega à sua direcção, sem qualquer ligação com os seus militantes e simpatizantes que, um pouco por esse país fora, são verdadeiros “órfãos” de organizações que mais não servem para acolher negócios, estabelecer contactos, fazer “pontes”, etc. Segundo ponto: e quem será a oposição a Passos Coelho? Terá? Não tem – o que é grave! Como me dizia um amigo há umas horas atrás, a oposição ao actual líder do PSD é formada por aqueles que hoje estão ao seu lado e que, quando confrontados com a iminência de não chegar ao poder, não perderão tempo em contestar a liderança e passar celeremente para a oposição. É triste, mas é verdade!
Não estou inteiramente de acordo contigo Zé Paulo.
Pessoalmente acho que o PSD nem se devia pronunciar sobre esta brincadeira de mau gosto do BE.
Se,repito se, eles vierem a apresentar a moção então aí sim o PSd deve pronunciar-se.
Conhecendo os fundamentos que a sustentam e podendo opinar sobre eles. Agora manifestar-se sobre uma intenção parece-me perigoso.
Porque se o BE voltar a mudar de posição sobre o interesse de apresentar uma moção de censura então tudo que restará deste “affaire” será a posição do PSD sobre algo que nunca existiu.
Mas isto sou eu a falar.
Quanto ao estado a que hoje os partidos estão reduzidos estou bastante de acordo contigo.