A REDUÇÃO do número de autarquias, “imposto” pelo famigerado acordo com a não menos famigerada troika, parece ser uma das grandes “dores de cabeça” dos nossos dois maiores partidos, aflitos por não saberem como lidar com as mais que previsíveis contestações por parte dos seus autarcas que não hesitarão em “mover montanhas” para preservar os seus “territórios”. Mas como me dizia há dias alguém, este poderia ser o “momento-chave” para PSD e PS resolverem um dos grandes problemas com que, a nível interno, se vão deparar: o que fazer às dezenas de “dinossauros” do poder local (muitos deles ainda jovens) que, por força da lei e cumpridos o exercício de três mandatos consecutivos, vão ver-se impedidos de recandidatar em 2013? Com uma reformulação do mapa autárquico, esse impedimento legal cairia por terra e muitos dos autarcas que estão na iminência de ficarem politicamente desempregados ficariam com a hipótese de recandidatarem-se às autarquias que lideram. Querem ver que afinal a reformulação do “mapa autárquico” vai ser mais fácil e pacífica do que poderia parecer à primeira vista?