José Paulo Fafe

O “não” de Garcia Pereira

ENTRE OS actuais e antigos “camaradas” do MRPP existe, desde sempre, uma curiosa e estranha solidariedade, formando até quase uma “irmandade”, onde quer que eles estejam e quão distnstas sejam as águas políticas onde hoje possam navegar. Podem ter sido da “linha negra” ou da “linha vermelha”, desaguado no PS, no PSD, ou mantido-se fiéis às teses de Mao, há ali um sentimento quase maçónico, de protecção mútua e uma mais que visível cumplicidade. E Paulo Portas tinha a obrigação de sabê-lo, de forma a a não ter de sujeitar-se publicamente à recusa, hoje anunciada, do advogado Garcia Pereira em representá-lo contra Ana Gomes a propósito das desastradas declarações que a euro-deputada proferiu acerca da previsível nomeação do líder do CDS para o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros – isto além de ter poupado tempo e evitado protagonizar mais um dos seus habituais “números”… É que se Portas puxasse um pouquinho pela cabeça antes de resolver, precipitada e publicamente, anunciar a preferência por um ex-camarada de Ana Gomes para seu advogado, lembrar-se-ia que essa mesma dra. Ana Gomes foi, enquanto funcionária do palácio das Necessidades, “apadrinhada” e protegida pelo próprio Durão Barroso, na sua versão de secretário de Estado e ministro do Negócios Estrangeiros do “cavaquismo” e também ele seu ex-camarada no MRPP. Pelo menos tinha-se poupado a esta “desfeita” pública por parte de Garcia Pereira!

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