José Paulo Fafe

O camelo

UNS anitos atrás, havia por aí uma canção que, dedicada a um qualquer dromedário, dizia qualquer coisa assim como: “(…) o Areias é um camelo, tem duas bossas e muito pêlo…“. E foi a passar os olhos pelo resumo de uma entrevista que o inenarrável Vasco Lourenço deu ao jornal “A Bola” (também a outrora denominada “bíblia” entrevista qualquer bicho careta, livra!) alegadamente sobre o Sporting (pobre clube, ao ponto a que chegou, com estes Lourenços da vida a eructarem umas quantas imbecilidades sobre o seu  estado e futuro – já não bastavam os desastrosos resultados desportivos…), que dei comigo a cantalorar a cançoneta, se não me engano, de uns já finados “Queijinhos Frescos”. É que esse verdadeiro paradigma da imbecilidade, que insiste em julgar-se investido numa legitimidade que os factos da História nunca lhe concederam, resolveu (mais uma vez)  investir de modo “ensarilhado” sobre o governo de Passos Coelho, qual rês sem nobreza e daquelas de lide curta e fácil que rapidamente regressam aos curros. A balofa criatura está obviamente no seu pleno direito em criticar, atacar e até pedir publicamente a demissão do governo, ainda que  ninguém me tire cabeça que qualquer declaração do energúmeno  nesse sentido seja objectivamente contraproducente para quem queira ver Passos pelas costas. Mas esperava-se, apesar de tudo, que usasse argumentos não tão boçais, ou seja não tão à sua imagem e semelhança. Diz então a criatura: (…) Hitler também foi posto pelos votos“. Assim, com esta ligeireza e estupidez própria de um verdadeiro mentecapto, como se a comparação fosse possível e tentando fazer de quem o pudesse ler tão estúpido quanto ele… Mas não fica por ali, a bestunta personagem e mostrando que, pelo menos, fez o exame da quarta classe chega mesmo a evocar os acontecimentos de 1640, quando urra pela “defenestração” do governo, quais Migueis de Vasconcelos. Ah, é verdade… e tudo isto a propósito do Sporting! 
Desconheço se este imbecil que diariamente envergonha o 25 de Abril e quem realmente foi seu protagonista bebe em demasia ou está na posse das suas plenas faculdades mentais. Tão-pouco sei se esta postura de “politicamente corno” com que nos brinda periodicamente é fruto de ter chegado à conclusão que não serve nem para varrer a parada e que os nossos politicos, por mais palmadinhas nas costas que lhe dêem, já perceberam há muito que o homem  já nem para integrar  uma comissãozeca da treta dá jeito. O que sim sei é que cada vez que que ele abre a boca eu começo a acreditar que os camelos também falam e que (mais grave do que isso, especialmente para quem se revê no 25 de Abril como eu) me envergonho que uma “coisa” como ele se arme em arauto de uma data que foi porventura um dos dias mais felizes da minha vida.

2 ComentáriosDeixe um comentário

  • ffé o protótipo de imbecil que anda há 37 anos a viver dos rendimentos de ter sido do”movimento dos capitães”. Uma criatura asquerosa que envergonha o 25 de Abril.
    A mim, quando me falam dos capitães de Abril lembro-me sempre de Salgueiro Maia ou de Marques Junior. Comparar esta bola de burrice com algum deles até os ofende.

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