CONHEÇO DESDE que nasci Mário Soares. Cresci, vendo-o, ouvindo-o, frequentando a sua casa, posso mesmo dizer que admirando-o. Cheguei, a certa altura, episodicamente, mesmo a trabalhar com ele – em finais dos anos 70. Costumo dizer, mais a sério que a brincar, que se alguma vez fui “ista” então, sem qualquer dúvida, fui “soarista”. Por volta dos anos 80 zangámo-nos. Passámos praticamente trinta anos sem nos falarmos, ignorando-nos ostensivamente quando o acaso e a minha profissão calhava em fazer coincidir-nos nalgum lugar. Há uns anos (não muitos) voltámos – por sua iniciativa, diga-se de passagem – a cumprimentar-nos. A partir daí, falámos, de forma quase sempre superficial, quatro ou cinco vezes e pouco mais.
Perceberão portanto que hoje em dia sou perfeitamente “insuspeito” no que diz respeito a Mário Soares e ao chamado “soarismo”. Vem tudo isto a propósito do muito que tenho lido hoje nas redes sociais sobre as já famosas declarações que Soares proferiu de manhã quando foi confrontado pela RTP com a morte de Eusébio – declarações proferidas assim ao jeito daqueles “petardos” com que este fuzilava as redes adversárias. Foram infelizes? Foram, sim senhor! Mário Soares perdeu uma excelente oportunidade para estar calado? Perdeu, sim senhor! Escusava de ter dito uma ou outra coisa menos oportuna sobre Eusébio? Escusava, sim senhor! Mas sinceramente: acham que vale a pena aproveitar o que foi nitidamente uma gaffe para destilar tanto ódio e raiva relativamente a alguém que, por muitos defeitos que tenha (e tê-los-á certamente…), disse publicamente o que eu, em jeito de graçola, já escutei hoje mesmo a dezenas e dezenas de pessoas? E tudo isto porquê? Porque está na moda “bater” em Soares, em recordar os seus quase 90 anos e a teimosia que mostra em antes quebrar que torcer? Eu também preferia ver o Eusébio com a bola nos pés num qualquer relvado que sentado ao balcão do “Sete Mares” ou mesmo ser obrigado a negociar “presenças” em campanhas eleitorais em troca de uns quantos euros. Desculpem lá dizer estas coisas, mas desde que ouvi o padre Melícias comparar aquele que foi o melhor jogador português de todos os tempos a Nelson Mandela, penso que ninguém irá levar a mal…
Nem sempre de acordo, mas desta vez sim. Uma gaffe de lamentar, de alguém que deve ter outro cuidado nas suas declarações, é o que há apenas a dizer.
Sr. João Paulo Fafe:
Permita que o felicite por este seu texto. É um artigo que certamente não agradará aos cínicos e aos hipócritas que se foram colocar ao lado do caixão como se lhes tivesse morrido alguém de família. Mário Soares foi tão infeliz nas declarações que fez quanto Paulo Portas na cara que pôs na pretensa homenagem que fingiu prestar ao “Rei”.
Mário Soares disse da boca para fora o que muitos de nós sabemos, pensamos e contamos como piada. Não o devia ter feito, mas excedeu-se. Acontece. Fosse todos esses os nossos males…
Rui Baptista (Alcácer do Sal))
“Mas sinceramente: acham que vale a pena aproveitar o que foi nitidamente uma gaffe (…)
Gaffe? Deve estar a sonhar!
Soares está agora ofuscado pelo Eusébio, que ao falecer prejudica o funeral-Mandela que Soares tem vindo a preparar.
Foi o pior que poderia acontecer a Soares. Por isso, Soares diminui o seu ‘adversário’, espetando-he umas facadas…
Não foi gaffe, nem foi por acaso.
Foi premeditado para deasvalorizar.
Soares também queria ser enterrado no Panteão, mas a morte de Eusébio é uma machadada nesse desígnio que irá em breve para lá.
Soares foi velhaco.
També´m deves andar a mamar da Fundação!
Fui sempre uma admiradora do futebol do Eusébio quando era pequena e o meu Pai me levava ao velho estádio da Luz. Mas é recordando os seus vídeos que mais me surpreende a sua forma de jogar, de tal forma que ele disse uma vez que se não fosse Jogador de futebol seria Bailarino. O mesmo digo eu de Messi que incorpora no eu jogo um jeito de tanganheiro e isso distingue um Jogador Artistico de um perna de pau. Todavia estou massacrada pelo espectacúlo que estão a fazer com a morte e o funeral do Eusébio. Não havia nexexidade. Et la nave va. O velho Soares tem muita razão e não sei o que tem a ver este espectáculo com o funeral do Mandela. Ambos foram homens com muitas qualidades e defeitos que não devemos branquear. Diz o execrável anónimo que Soares esta a preparar o Funeral do Mandela. Ou é maluco ou faz-se
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Amigo ZPF
Concordo com algumas coisas que escreves e até pode ser uma gaffe,Soares é o Rei mas delas.
Não sejamos ingénuos.
Mário Soares NUNCA disse ou fez nada sem um propósito e desta vez,não sei qual,mas ele saberá.
Ás vezes pensamos que estamos acima dos outros e pecamos.Mário Soares é um eterno pecador…………
A.C.P. disse:
Concordo com todos os que estão contra Mário Soares pelas palavras proferidas “gafe” a Eusébio mão foi,ele está a ficar xé xé e anda preocupado porque não o trazem na ribalta e vê o que fizeram a Mamdela. Há dias a Alvaro Cunhal
e agora Eusébio, sente-se passado para trás. Ele bem dá conferências
etc. para falarem nele, mas…..
Mas será que só se valoriza o que é menos positivo? Então, e o que disse mais Soares? – «Foi um grande futebolista, uma pessoa bem formada e fiquei sempre com a ideia de que era um homem muito modesto e muito simpático», sublinhou o ex-Chefe do Estado, em declarações à RTP. Soares recordou que nunca foi «grande amante do futebol», apesar de ter conhecido bem Eusébio, que qualificou como «uma pessoa simples, pouco instruído, mas uma pessoa que era muito agradável, nada vaidoso, apesar de ter sido um grande futebolista e um grande homem do futebol».
«Era um homem bom, um homem agradável, com pouca cultura. Evidentemente, não se estava à espera que fosse um pensador, estava-se à espera que fosse um grande homem do futebol, o que foi». Foi assim que falou o ex-Presidente da República.
Mas, porque é que só se valoriza a “gaffe” e não aquilo que é mais relevante na intervenção do velho Mário Soares – «Foi um grande futebolista, uma pessoa bem formada e fiquei sempre com a ideia de que era um homem muito modesto e muito simpático», sublinhou o ex-Chefe do Estado, em declarações à RTP. Soares recordou que nunca foi «grande amante do futebol», apesar de ter conhecido bem Eusébio, que qualificou como «uma pessoa simples, pouco instruído, mas uma pessoa que era muito agradável, nada vaidoso, apesar de ter sido um grande futebolista e um grande homem do futebol».
«Era um homem bom, um homem agradável, com pouca cultura. Evidentemente, não se estava à espera que fosse um pensador, estava-se à espera que fosse um grande homem do futebol, o que foi». Foi isto, o essencial das declarações do ex-Presidente da República.
Exmo. Senhor
Não sou adepto de futebol e não simpatizo com o Benfica.
Mas tenho idade e cultura para perceber quando o Povo, na sua infinita sabedoria, elege alguém de entre ele, para Ícone, é porque tem as suas razões. Independentemente das bebidas que bebe e dos anos que passou na escola.
A diferença entre o senhor mário soares e o Senhor Eusébio da Silva Ferreira é que o primeiro agrada a alguns e o segundo é um exemplo eleito por todos como referência nacional.
O sr mário a quem o País deve algum valor é como salazar- quando acabou de fazer algo de bom devia retirar-se.
Um Homem que veio do nada, que subiu na vida pelos seus méritos, humilde, amigo dos que pouco tinham, que levou o nome do nosso País bem longe, só com as armas que tinha, não pode ser comparado com uma pessoa que nasceu em berço de ouro, que viveu à custa da política, que não conhecia o perdão, presunçoso, e narcisista.
Esse senhor já faleceu e não sabe,uma pessoa culta tem de saber que todas as pessoas têm a sua prespectiva ,e naturalmente cultura.O Eusébio foi um homem raro,um homem das artes.
O nosso país está culturalmente doente e atrasado. Os 40 anos de ditadura ainda hoje se evidenciam no atraso cultural que permanece no nosso país.
O Povo, está sem referências. A classe política, não mostra a rota. Já não restam símbolos, ou poucos restarão, para ser mais preciso. Eusébio era um símbolo.
Soares se estes 10 últimos anos estivesse no sofá, como de resto, esta nova geração recomenda aos velhos, teria certamente um funeral de Estado quando partir e seria aplaudido também pelas ruas de Lisboa, excepção aos ressabiados do costume.
Foi infeliz, uma vez mais, no comentário que fez. Não teve a lucidêz necessária para perceber que aos olhos da nação iria falar de uma espécie de Deus e que qualquer palavra menos abonatória iria cair em cima de si na exacta medida da dimensão do funeral de Eusébio.
Mas, de facto, não era razão para destilar tanto veneno e tanto ódio. Mas, quando jornais de referência como o expresso, dão tempo de antena a Raposos e outros ressabiados, não admira que Portugal esteja culturalmente doente e destile raiva e ódio sem dó nem piedade.
Aproveitar a partida de um símbolo como Eusébio para atacar alguêm que foi e ainda poderia ser uma referência como Soares, foi a pior forma de homenagear a partida de Eusébio.
Ao “anónimo” que, à falta de melhor argumento, me causa de “mamar da Fundação”, o desejo de um rápido restabelecimento da sua mãezinha e um pronto regresso à esquina onde se celebrizou nos últimos anos…
É deprimente constatar o que este “Anónimo” só consegue balbuciar protegido por cobarde anonimato. Se acha que tem razão nas coisas que diz e nas opiniões que exprime, então assuma-se e diga (sem complexos…) quem é, em que zona habita, o que faz! Talvez que dessa forma conseguisse recuperar alguma dignidade. Mas… dignidade é capaz de ser palavra cujo significado e grandeza este senhor “Anónimo” certamente desconhece. Será que V. Exa. não quer ter a gentileza de revelar neste Blog quem é? Seria interessante, tenho a certeza!
Caro António Cunha
É lógico que esse anormal nunca vai dizer quem é.Os fracos nunca se acusam nem se identificam mas há uma forma simples se saber quem é. Sabe que todos os Computadores tem um número de identificação que fica visível quando estamos “online” e qualquer pessoa que entenda de computadores consegue ver. Até se consegue saber de que zona do País foi mandado o email ou comentário. É assim que a PJ identifica coisas do género.
Se o amigo ZPF quiser,sabe “em 3 tempos” quem é o “anónimo” que deixará de sê-lo noutros 3.