PARA QUEM, como eu, acompanhou a televisão espanhola no final dos anos 80, o nome de Jesús Hermida diz muito. Com um estilo inconfundível, a “cara” do último telejornal da TVE é indissociável daqueles “anos loucos” do panorama audiovisual espanhol, quando a televisão pública se preparava para o inevitável confronto com as estações privadas. Com uma longa carreira onde se destacou uma longa estada como correspondente da TVE em Nova York , foi alguém que inovou como poucos o jornalismo televisivo, tendo percebido , antes de todos os que o vieram a imitar mais tarde, que um apresentador de um programa de informação podia ser mais que uma personagem cinzenta, anódina e sem graça. Hermida partiu hoje aos 77 anos e com ele partiu também um jeito bem próprio de fazer televisão e uma época de ouro do jornalismo que agitou uma Espanha então a viver os anos de consolidação democrática.