A MUITOS quilómetros de distância li ontem que a jornalista Maria José Oliveira ter-se-ia demitido do “Público”, alegando publicamente já não possuir “confiança” na direcção do jornal. Mas eis que quase de imediato,sou surpreendido na blogosfera e nas chamadas “redes sociais”, com sucessivas e variadas leituras e interpretações para a demissão da jornalista, insinuando as tais “pressões” e algumas mesmo falando em “despedimento” – isto apesar dela mesmo já ter apresentado os motivos para a sua saída do jornal. Como isto anda, não me espantaria que daqui a uns dias Miguel Relvas, Passos Coelho ou um outro qualquer membro do governo fossem apontados a dedo como os responsáveis de um “despedimento” que afinal não passou de uma mera demissão de quem, por razões que ficaram suficientemente explicitadas pela própria, resolveu bater com a porta da rua Viriato. Eu até acredito que a saída da jornalista do “Público” pode ter dado um jeitão a quem gosta de “ver mosquitos na outra banda”, mas de vez em quando um bocadinho de bom senso não ficava nada mal, n’é?
Meu caro
Não sei o que se passou, vou lendo aqui e ali e claro, com versões diferentes, o que outra coisa não seria de esperar, não faço comentários a esse respeito. Mas diga-me lá, não acha que alguma coisa teria sido dita ou pelo menos, que alguma coisa se passou? É que esta coisa de fumo sem fogo….
Caro Luís Silva,
Não faço (nem quero fazer) a mínima ideia do que se passa no interior do “Público”, aliás o único diário que ainda vou lendo e de que sou assinante (digital). Mas não tenho qualquer motivo para não acreditar que a jornalista se demitiu pelos motivos que invocou – a de ter perdido a confiança na direcção do jornal.
Aliás, curiosamente ainda hoje li que o conselho de redacção que se tinha demitido há semanas em protesto com algumas atitudes da direcção foi ontem reeleito por maioria esmagadora.
José Paulo Fafe