José Paulo Fafe

A importância do “factor eficácia”

ANALISAR DEBATES tipo “frente-a-frente” a partir da prestação de um ou outro dos adversários é o mesmo que classificar anúncios publicitários só na base do que esteticamente nos agrada, ou não. Por isso é que na publicidade, o prémio mais importante e significativo que uma agência ou cliente se podem orgulhar de ter conquistado é o da “eficácia”. Lembram-se do insuportável Cristiano Ronaldo nos anúncios do BES no ano passado? Um horror, não era? Pois é, mas foi exactamente essa campanha do “CR nãoseiquê” é que ganhou o troféu destinado à eficácia. E – aqui eu sou suspeito… – a “chuva” de críticas a que o reposicionamento da marca “Pingo Doce” foi sujeito e que meteu campanha nas chamadas redes sociais e tudo? Quem é que acham que ganhou o “Prémio Eficácia” no sector da distribuição, quem foi? Pois é, foi a agência que criou a campanha para a rede de supermercados do grupo Jerónimo Martins…Vem isto a propósito do debate de há pouco entre José Sócrates e Pedro Passos Coelho e que, à partida, podia ser visto como “decisivo” na opção de muitos portugueses. Há certamente quem gostou da prestação do líder do PS e também quem tenha preferido a postura do candidato a primeiro-ministro do PSD. Também aqui, tal como no “case Pingo Doce”, eu sou suspeito. E talvez por isso mesmo, atrevo-me apenas a deixar uma pergunta: quem é que terá sido mais eficaz? Passos Coelho ou Sócrates?

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