DAQUI A dois anos o nosso País pode ter duplicado o seu território, com a aprovação por parte da ONU da candidatura portuguesa ao alargamento da plataforma continental de 200 para 400 milhas. O “dossier”, que está a ser elaborado com a maior discrição e no verdadeiro “segredo dos deuses”, conduziria a que, devido à situação geográfica dos arquipélagos dos Açores e da Madeira, Portugal passe a ser o terceiro maior país do Atlântico Norte e o décimo-primeiro do Mundo, com todas as implicações políticas e estratégicas que esse facto pressupõe, nomeadamente em termos do peso no seio da NATO. Mas mais importante que a questão política e a confirmarem-se os (aparentemente fundados) rumores que circulam acerca da potencialidade de reservas de pré-sal e gás natural na nossa plataforma continental, será certamente o alcance económico desta candidatura e que explica muito do que tem ocorrido recentemente no que diz respeito à aparentemente desinteressada ajuda chinesa à nossa fragilizada economia e ao hipotético interesse da Petrochina na aquisição da posição dos italianos da Eni no capital da Galp. Quinhentos anos depois, parece que lá terá de ser o mar, mais uma vez, a salvar-nos…