HÁ UNS dias atrás (e pelos vistos para o espanto de muitos, dado os comentários que o meu post intitulado “Qualquer coisa não bate certo” provocou…) mostrei a minha estranheza pelas várias notícias que davam como certo e seguro o facto do vice-presidente do Millennium/BCP ter recebido 10 mil euros das mãos de um sucateiro como pagamento referente a “tráfico de influências” ou “informação privilegiada”. E fi-lo porque custa-me acreditar que alguém que aufere um vencimento médio mensal como Armando Vara enquanto “número dois” do maior banco privado português pudesse pôr em causa tudo por apenas uma dezena de milhar de euros.
Passadas duas ou três semanas, sabe-se que afinal não existe qualquer escuta ou gravação que prove ou indicie que Vara tivesse recebido dinheiro do já célebre Manuel Godinho e, ao que parece, as suspeitas resumem-se a umas fotografias tiradas no decurso de uma vigilância feita ao mais famoso dos nossos sucateiros e que retratam a sua entrada num edifício do Millennium/BCP onde Vara possui gabinete com um envelope debaixo do braço e, passada uma hora, a sua saída sem o dito… A sério, não estou a brincar: é exactamente assim que, agora, os jornais relatam o que levou os investigadores a apontarem o dedo ao antigo ministro de Guterres!
Volto a escrever o que escrevi a 29 do mês passado relativamente a este “episódio” dos 10 mil euros e a Armando Vara: “Não conheço a pessoa em causa, ao longo dos anos foi mais o que nos separou do que nos uniu, mas acho que há aqui qualquer coisa que não bate certo. Este país começa a cheirar (mesmo) mal…“.