José Paulo Fafe

Ainda sobre o vôo de Bissau…


COMO SERIA de prever e como aqui se prognosticou, os contornos do rocambolesco episódio que girou à volta do já célebre vôo de Bissau da TAP começam a clarificar-se e, afinal, aquilo que praticamente era apresentado como quase se de um “assalto” ao avião se tratasse parece não ter passado de um telefonema de um ministro guineense a um chefe de escala da TAP, cuja versão conhecida até agora é a do funcionário da companhia área portuguesa. Mas é no mínimo curioso que de repente as tais “armas apontadas à tripulação” desaparecessem; que as repetidas “ameaças que o comandante foi alvo na sala de operações do aeroporto por parte de um grupo de soldados armados até aos dentes” não tivessem acontecido; e que o tal “ministro que chegou a ir à pista forçar a entrada dos 74 sírios no avião” afinal nunca tivesse ido sequer ao aeroporto. Aliás Fernando Pinto, o presidente da TAP, foi suficientemente claro ontem quando afirmou: “Não houve demonstração de força perante a tripulação“, limitando o incidente a “pressões feitas sobre o chefe de escala” – pelos vistos, telefonicamente… Só falta mesmo agora dizerem que os sírios não são sírios e que nunca, em outro país qualquer, algum chefe de escala da TAP foi alguma vez sujeito a “pressões” por parte de alguma autoridade local. Uma coisa é certa: em termos operacionais, com a falta de aparelhos que a TAP tem neste momento, dá um jeitão suspender três vôos semanais para Bissau e, quando muito, reforçar as ligações para Dakar com mais um vôo semanal. E então se os TACV derem uma ajuda e começarem a voar regularmente da Praia ou mesmo do Sal para a capital guineense, então sim – isso é que era!

1 comentárioDeixe um comentário

  • Amigo ZPF
    Pois parece ser MESMO que os Sírios, que nunca se soube se o eram,isso foi dito,ao terem todos Passaportes falsificados(podiam até ser criminosos,terroristas ou fundamentalistas)são Kurdos com dinheiro.
    Foi o que me disseram,ainda não li nada sobre isso.
    Para todos os efeitos,a lei diz que o avião é espaço do País de origem do mesmo e ninguêm pode ser obrigado,com telefonemas ou armas,a levar ninguêm muito menos com todos os papeis forjados e falsificados sem se saber quem era realmente aquela gente.
    Tambêm é certo que o Ministro Guineense dos Negócios Estrangeiros pediu a demissão dizendo que não queria fazer parte dessa coisa.
    É certo que ameaçaram que se não os embarcassem não levantariam voo.
    Isso já dá para um incidente diplomático do tamanho do mundo.
    E volto a dizer que se fosse outra Companhia,uma BA,Iberia ou Air France isto nunca tinha acontecido.
    Atenção que não comento o Governo actual da Guiné,a sua legalidade nacional e internacional,nem como se constituiu e porquê, nem as origens dos que fazem parte dele, para não ferir a paz de alma de ninguêm,se bem que todos o sabemos.

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