NÃO CONHEÇO Nicolau Santos nem do eléctrico. Do director-adjunto do “Expresso” sei apenas que usa papillon (vulgo “lacinho”), que gosta de poesia (pelo menos rara é a semana em que não publica um poema na sua coluna) e pouco mais. Asseguram-me ser uma pessoa estimável e não tenho rigorosamente nada que me leve a pensar o contrário. Vem tudo isto a propósito do já famoso falso “consultor” da ONU que teve honras de convidado no programa televisivo do semanário do dr. Balsemão e da entrevista com devido destaque no caderno de economia dirigido por Nicolau Santos. Ao longo de uma semana (desde que um sms enviado durante o programa para o próprio jornalista o alertou para o embuste em que estava a cair ao “promover” o tal Baptista da Silva a figura de proa da análise económica) aguardei que o director-adjunto do “Expresso” pusesse publicamente o seu lugar à disposição. Mas não – Nicolau Santos preferiu, isso sim, deitar as culpas para cima (imaginem…) do Grémio Literário(!), tão só porque, segundo confessou ao “Diário de Notícias” numa entrevista publicada hoje, “nunca me passou pela cabeça que uma pessoa que vá ao Grémio Literário me estivesse a enganar(…)“. Lê-se e não se acredita. Será possível que o director-adjunto do “Expresso” tente “deitar areia para os olhos” das pessoas com este argumento no mínimo ridículo?!
Uma última nota: a credibilidade que o tal falso consultor conseguiu granjear junto dos nicolaus desta vida prendeu-se apenas e só porque ele afirmava o que esses mesmos nicolaus queriam ouvir (e escrever). Essa é que é a verdade. E é assim que (hoje) se faz jornalismo em Portugal. Com raras excepções…